Thursday, May 29, 2008

Lullaby!


Lembrei-me
de alguém a quem carinhosamente chamo
Mr. Lullaby
porque é a palavra que ele mais gosta
neste gosto que partilhamos:
Inglês.

Gosto do som que aqui deixo: que me deixo, que lhe deixo se ele me visitar, que deixo a quem passar por aqui.
Deliciem-se se gostarem.
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I thought
of somebody very dear to me
I nicknamed
Mr. Lullaby
because it's the English word he is likes best
in this language we both love: English.
I like the tune I leave here: for me, for him if he ever comes to visit me, for those who might get in this space.
Enjoy if you happen to like it.!

Wednesday, May 28, 2008

Constatação


Nem sempre uma maçã brilhante e de aparência sadia tem um interior saudável.

Ora.. se considerarmos que

a metáfora se pode utilizar numa simples constatação de "post" de blog sem pertensões,

acho que podemos aplicar este princípio entre os humanos.

Ou será que não?

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A shiny and healthy looking apple hasn't always a healthy interior.

Well... taking in mind

a metaphor can be used in a simple motto to be posted in an ordinary blog,

I think we can take the above sentence like a principle to be applied to humans too.

Or can't we??

Tuesday, May 27, 2008

"Babel"icando...


Há tanto
"Babel"icar
nos tempos que correm
que poderá estar aqui a razão
para este global desvario de "blablablas"
em que
todos dizem e não se entendem...
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There's so much

"babel"ing

nowadays

that perhaps we have here the reasons

why this global "blablabla" insanity exists,

this global insanity

where all say something and all misunderstand one another.

Monday, May 26, 2008

Ouvi....


Imagem de
Kurtis Rykovich
... que o Presente é a convergência de Passado com Futuro em qualquer ponto do Tempo.
Sendo assim,
a noção de Presente resume-se a um momento efémero
que existe sempre que há consciência de Tempo.
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I've heard that the Present means Past converging with Future at some point in Time.
Being so
the notion of Time is nothing else but a frail moment
in which there is always the awareness Time exists.

Sunday, May 25, 2008

Mikhail Baryshnikov

Foi um dos meus ídolos ...
Hoje lembrei-me dele não sei porquê ...



He was one of my idols...

I came to think of him today... I don't know why ...

Friday, May 23, 2008

Se assim fosse...



Se a Vida fosse
de folhas verdes de Esperança,
de flores vermelhas de Paixão,
de céus azuis polvilhados de núvens brancas de Paz...
... se assim fosse...
...não sei se seríamos o que somos...
~~~~~~~~~~~~~~
If Life was made up
of green leaves of Hope,
of red flowers of Passion,
of blue skies with white clouds of Peace spread all over ...
...if Life was like that...
...I wonder what we would be like...

Thursday, May 22, 2008

Chuva

Gosto de chuva mas... ...nem sempre!

~~~~~~~~

I like rain ... not all the time!


Wednesday, May 21, 2008

Palavras em fumo


Há palavras ditas em fumo que a emoção nem sempre agarra.
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There are words uttered in smoke that emotion can't often get hold of.

Monday, May 19, 2008

Y



Porque chamamos à geração de hoje a Y?

Aqui está a resposta...
(recebido por email)
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Why do we call Y to today's generation?
Here's the answer...

Saturday, May 17, 2008

Em noite de segredos


Na noite escura de segredos
sussurro
ao ouvido da minha imagem
que ...
...não sei viver...
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In the dark night of secrets
I whisper
into the ears of my image
the...
...I don't know how to live...

Tuesday, May 13, 2008

Curiosidade...

Como vai isso por aí???
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How's life going over there????


Monday, May 12, 2008

De mentiras e verdades

A Mentira?
Essa queima os lábios de quem a profere
A Verdade?
Dessa anda o Mundo bem arredio.
~~~~~~~~
Lies?
They burn the lips of those who dare utter them.
And Truth?
That's something the World seems to have forgotten about.

Sunday, May 11, 2008

Domingos



De Domingo em Domingo
a vida vai-se rapidamente esvaindo
em segundos agitados
contados rapidamente em relógio digital
em avesso ao
Domingo imaginário
em que me espraio
em fantasia dolente
ao som de Sol
que é quente
e que toca melodias de mel dourado
~~~~~~~~~~
From a Sunday into another Sunday
life flows quickly
counted in agitated seconds
counted fast by a digital watch
the reverse
of the imaginary Sunday
where I idly lay
in a lazy fantasy
listening to the Sun
which is warm
and plays golden honey melodies

Friday, May 09, 2008

Poema... na voz dum Poeta



COMO SE FAZ O POEMA
Para falarmos do meio de obter o poema,
a retórica não serve. Trata-se de uma coisa simples, que não
precisa de requintes nem de fórmulas. Apanha-se
uma flor, por exemplo, mas que não seja dessas flores que crescem
no meio do campo, nem das que se vendem nas lojas
ou nos mercados. É uma flor de sílabas, em que as
pétalas são as vogais, e o caule uma consoante. Põe-se
no jarro da estrofe, e deixa-se estar. Para que não morra,
basta um pedaço de primavera na água, que se vai
buscar à imaginação, quando está um dia de chuva,
ou se faz entrar pela janela, quando o ar fresco
da manhã enche o quarto de azul. Então,
a flor confunde-se com o poema, mas ainda não é
o poema. Para que ele nasça, a flor precisa
de encontrar cores mais naturais do que essas
que a natureza lhe deu. Podem ser as cores do teu
rosto – a sua brancura, quando o sol vem ter contigo,
ou o fundo dos teus olhos em que todas as cores
da vida se confundem, com o brilho da vida. Depois,
deito essas cores sobre a corola, e vejo-as descerem
para as folhas, como a seiva que corre pelos
veios invisíveis da alma. Posso, então, colher a flor,
e o que tenho na mão é este poema que
me deste.


© 2005, Nuno Júdice
From: Geometria variável
Publisher: Dom Quixote, Lisboa, 2005

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HOW TO MAKE A POEM

If we’re going to talk about how to make a poem,
rhetoric has nothing to do with it. It’s simpler than that, and doesn’t
require subtleties or formulas. Pick
a flower, for example, but not one of those flowers that grow
in the middle of fields, nor the ones they sell in stores,
or in the markets. A flower of syllables rather, in which the
petals are vowels, and the stem is the consonant. Place it
in the vase of the stanza, and let it be. So that it doesn’t die,
it’s enough to put a little Spring in the water, which,
on a rainy day, is fetched from the imagination,
or is pushed in through the window when the cool air
of morning fills the blue room. This is when
the flower begins to seem like a poem, but it’s still not
the poem. For it to really sprout, the flower needs
to find more natural colors than those
which nature gave it. They might be the colors
of your complexion – its whiteness, when the sun falls on you,
or the depths of your eyes in which all the colors
of life mix with the sheen of life. After that,
I pour these colors over the corolla, and watch them descend
to the leaves, like sap which runs through
the invisible veins of the soul. I can then pick the flower,
and what I have in my hand is this poem
that you gave me.


© Translation: 2007, Martin Earl
Publisher: Poetry International Festival, Rotterdam, 2007

Thursday, May 08, 2008

Confiar...

... Confiar...
... é partilhar o que aferrolhamos no Coração com outro Coração a sentir que deles precisamos.
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... Trust ...
... is sharing what we have locked in our Heart with another Heart feeling we are in urgent need of doing so.




Tuesday, May 06, 2008

Metamorfoses repentinas


De diabo a anjo!
Quem era anjo passou a diabo... De um dia para o outro.
Qual será a próxima metamorfose?
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Yesterday a devil, now an angel!

Who was the angel is now a devil. From night to day.

Which metamorphosis will happen next?

Monday, May 05, 2008

O Mundo e eu hoje

Hoje sinto-me o Mundo.
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Today I feel I am the World.

Saturday, May 03, 2008

Fúrias...




Fúrias


Escorraçadas do pecado e do sagrado
Habitam agora a mais íntima humildade
Do quotidiano. São
Torneira que se estraga atraso de autocarro
Sopa que transborda na panela
Caneta que se perde aspirador que não aspira
Táxi que não há recibo estraviado
Empurrão cotovelada espera
Burocrático desvario

Sem clamor sem olhar
Sem cabelos eriçados de serpentes
Com as meticulosas mãos do dia-a-dia
Elas nos desfiam

Elas são a peculiar maravilha do mundo moderno
Sem rosto e sem máscara
Sem nome e sem sopro
São as hidras de mil cabeças da eficácia que se avaria

Já não perseguem sacrílegos e parricidas
Preferem vítimas inocentes
Que de forma nenhuma as provocaram
Por elas o dia perde seus longos planos lisos
Seu sumo de fruta
Sua fragrância de flor
Seu marinho alvoroço
E o tempo é transformado
Em tarefa e pressa
A contratempo




© 1991, Sophia de Mello Breyner
From: Obra Poética III
Publisher: Caminho, Lisboa
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Furies
Banished from sin and the sacred
Now they inhabit the humble intimacy
Of daily life. They are
The leaky faucet the late bus
The soup that boils over
The lost pen the vacuum that doesn’t vacuum
The taxi that doesn’t come the mislaid receipt
Shoving pushing waiting
Bureaucratic madness

Without shouting or staring
Without bristly serpent hair
With the meticulous hands of the day-to-day
They undo us

They’re the peculiar wonder of the modern world
Faceless and maskless
Nameless and breathless
The thousand-headed hydras of efficiency gone haywire

They no longer pursue desecrators and parricides
They prefer innocent victims
Who did nothing to provoke them
Thanks to them the day loses its smooth expanses
Its juice of ripe fruits
Its fragrance of flowers
Its high-sea passion
And time is transformed
Into toil and the rush
Against time




© Translation: 2004, Richard Zenith

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