Wednesday, November 30, 2005

"Verborreia"

Foi um dia longo o de hoje!
Sair cedo, chegar tarde.
Hora de saída quase igual à hora de chegada.
Com a diferença de uma ser de manhã e outra ser já ao cair da noite.
Nos meus ouvidos retive "palavrejares".
Hiperbólicos.
Metafóricos.
Bacocos.
Ocos.
Elípiticos.
Críticos.
Inexequíveis.
Paranóicos
Incríveis.
Impossíveis
Incompreensíveis.
Mera "verborreia"
de quem se escuta com prazer
mas que duvido
que entenda o que diz.
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Today was a long day.
Early departure, late return.
Similar times for leaving in the morning and getting back in evening.
My ears still keep today's wordy interventions.
Hyperbolic.
Metaphorical.
Meaningless.
Empty.
Ellipitical.
Critical.
Impractible.
Paranoic.
Unbelievable.
Impossible.
Incomprehensible.
Real "verbosity"
coming from
those who enjoy listening to themselves
but
whose ability to understand
what they really mean
is
a doubtful issue.

Tuesday, November 29, 2005

Invernia

Melancolia de um dia de invernia
Memórias de infâncias passadas.
Cheiros.
Luzes.
Vozes.
Presenças
que foram
que vivem
em Saudade.

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Melancholy on a Winter day.
Past childhood memories.
Smells.
Lights.
Voices.
Presence
of those
who were
who live
in the minds
of those
who miss them.

Monday, November 28, 2005

Brincando às rimas

Truz, Truz!

Quem é?

Abre.

Sou eu que te falo daqui bem ao pé.

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(Goofing with rhymes)

Knock, Knock!

Who's there?

Open.

It's me.

I'm talking to you just round the block.

Sunday, November 27, 2005

Em diagonal

Vida em diagonal com lágrima gelada.
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Life in diagonal with frozen tear

Saturday, November 26, 2005

Em tarde de Sábado fria e de chuva entremeada de sol


Tarde
A tarde trabalhava
sem rumor
no âmbito feliz das suas nuvens,
conjugava
citilações e frémitos,
rimava
as ténues vibrações
do mundo,
quando vi
o poema organizado nas alturas
reflectir-se aqui,
em ritmos, desenhos, estruturas
duma sintaxe que produz
coisas aéreas como o vento e a luz.

1968, Carlos de Oliveira

in "Trabalho Poético"

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Afternoon

The afternoon was striving
without a sound
in the happy realm of its high clouds,
conjugating
shimmerings and shudderings,
rhyming
the tenuous vibrations
of the world,
when I
saw the poem put together on the heights
reflected here,
in rhythms, patterns, structures
of a syntax bringing forth bright
airy things – like wind and light.
1968, Carlos de Oliveira

© Translation: 2004, Alexis Levitin
From: Guernica and Other Poems
Publisher: Guernica Editions, Toronto, 2004

Thursday, November 24, 2005

Flor redentora

As palavras escorrem-me pelos dedos e pingam em lágrimas incompreensíveis no papel que ansiosamente as aguarda.
Mas são sem sentido, sem emoção, são apenas palavras.
A flor vai murchando ávida da emoção que elas não lhe transmitem.
Mas a beleza da sua cor, o odor do seu perfume embrenha-se no Outono da noite que já é
e, lentamente, permitem às palavras o retorno à Poesia.
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The words are dropping between my fingers in unclear tears onto the paper which is anxiously awaiting.
But they are meaningless, emotionless, they are just words.
The flower is ageing in emotional eagerness, sensation words won't ever help overcome.
But the beauty of its colour, its intense scent gets into the Autumn night whis is already there and, slowly, allow words to get back to Poetry.

Wednesday, November 23, 2005

Explosão!

Tuesday, November 22, 2005

A sonhar.

A Voar!
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Flying!

Monday, November 21, 2005

Jornada

Na jornada para que a Vida nos empurra,
há nuvens,
há céus azuis de sóis replandecentes.
É um precurso interminável,
onde se sonha o insonhável,
que vamos trilhando
afoitos,
desencorajados,
sofridos,
em Esperança,
rumo ao Infinito.
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On the journey Life pushes us to,
there are clouds,
there are shinning suns in blue skies.
It's a never ending route,
where you dream impossible dreams.
A route you go through
daringly,
feeling deceived,
in suffering,
hoping,
towards Infinitude.

Não arranjei título!

Reticências!
~~~~~~~~
Dots!

Saturday, November 19, 2005

Sonata de mim

Notas musicais
difusas,
desafinadas
confusas
projectam-se
misturam-se
dissecam-se
sufocam-se
abafam-se
silenciam-se
em silêncios
pesados
de turvos bemóis
que se afogam
noutras notas
sem tom
de sábado sem sol.
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Musical notes
Diffusive
tuneless
confusing
get
projected
mixed
dissected
suffocated,
are made silent
in heavy silences
of blurry
toneless chords
which drown
in other musical noets
soundless
on a cloudy Saturday.

Friday, November 18, 2005

Juízos de valor

Quantas vezes julgamos os outros de acordo com o nosso sentir de momento!
Nessas alturas podemos ser injustos
mas
sentimo-nos no que julgamos,
e
doemo-nos de ter que julgar assim.
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We judge the others so often up to our momentary feeling!
By then we may be unfair judges
but
we suffer with our judgements
and
it hurts to have to judge that way.

Thursday, November 17, 2005

Assim...

Para objectivar a palavra Amizade nestes dois últimos dias cheguei a esta representação.
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If I had to represent Friendship in the last few days, I'd represnet it the way it is above.

Wednesday, November 16, 2005

Hoje de tarde

(Falaram-me neste Poema hoje.
Conheço Camilo Pessanha como o Poeta da Água e não neste teor de Sentimento forte!
Fui à procura e encontrei-o.
Decidi que seria a minha particpação de hoje aqui!)

BRANCO E VERMELHO

A dor, forte e imprevista,
Ferindo-me, imprevista,
De branca e de imprevista
Foi um deslumbramento,
Que me endoidou a vista,
Fez-me perder a vista,
Fez-me fugir a vista,
Num doce esvaimento.

Como um deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Fez-se em redor de mim.
Todo o meu ser, suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso...
Que delícia sem fim!

Na inundação da luz
Banhando os céus a flux,
No êxtase da luz,
Vejo passar, desfila
(Seus pobres corpos nus
Que a distancia reduz,
Amesquinha e reduz
No fundo da pupila)

Na areia imensa e plana
Ao longe a caravana
Sem fim, a caravana
Na linha do horizonte
Da enorme dor humana,
Da insigne dor humana...
A inútil dor humana!
Marcha, curvada a fronte.

Até o chão, curvados,
Exaustos e curvados,
Vão um a um, curvados,
Os seus magros perfis;
Escravos condenados,
No poente recortados,
Em negro recortados,
Magros, mesquinhos, vis.

A cada golpe tremem
Os que de medo tremem,
E as pálpebras me tremem
Quando o açoite vibra.
Estala! e apenas gemem,
Palidamente gemem,
A cada golpe gemem,
Que os desequilibra.

Sob o açoite caem,
A cada golpe caem,
Erguem-se logo. Caem,
Soergue-os o terror...
Até que enfim desmaiem,
Por uma vez desmaiem!
Ei-los que enfim se esvaem,
Vencida, enfim, a dor...

E ali fiquem serenos,
De costas e serenos.
Beije-os a luz, serenos,
Nas amplas frontes calmas.
Ó céus claros e amenos,
Doces jardins amenos,
Onde se sofre menos,
Onde dormem as almas!

A dor, deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Foi um deslumbramento.
Todo o meu ser suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso
Num doce esvaimento.

Ó morte, vem depressa,
Acorda, vem depressa,
Acode-me depressa,
Vem-me enxugar o suor,
Que o estertor começa.
É cumprir a promessa.
Já o sonho começa...
Tudo vermelho em flor...
Camilo Pessanha
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The above Poem is called Red and White and it was Camilo Pessanha who wrote it.
I was told about this Poem this early evening. I know the Poet but I didn't know this Poem.
I looked for it , found it and made it today's post.
Unfortunately I couldn't find any translation.
If I ever find it in the coming days I'll add it here.
The Poem speaks of pain and the strong wish to overcome it.
The final release will be achieved through a strongly wished death which will lead the Poet to Nirvana where Light and delight are the prevailing sensations.

Tuesday, November 15, 2005

Em lirismo


DA VOZ DAS COISAS

Só a rajada de vento
dá o som lírico
às pás do moinho.

Somente as coisas tocadas
pelo amor das outras
têm voz.


© 2002, Fiama Hasse Pais Brandão
in As Fábulas
Relógio d'Água, Lisboa
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The Voice of Things


Only the wind’s gusts
give lyrical sound
to the windmill’s sails.

Only things touched
by the love of other things
have a voice.

© 2002, Fiama Hasse Pais Brandão
From: As Fábulas
Publisher: Relógio d'Água, Lisbon
© Translation: Richard Zenith

Monday, November 14, 2005

Análise

Analisando os porquês de estar aqui, na blogosfera, concluo que
vim
por imitação.
Se ela faz, porque não eu não fazer? Por sua sugestão , tentei.
E aqui estou... Já há quase ano e meio.
Princípio incipiente como todos os princípios.
Depois... sempre a tentar, sempre a fazer o que outros fazem,
seguindo exemplos daqui, exemplos dali,
exemplos e empurrões d'acolá e d'acoli
até ter chegado a esta lista de links que considero de luxo e de que muito me orgulho.
Agora... Porque mudei de espaço?
Porque quis um outro epíteto que se coadunasse mais com este jogo de palavras, imagem, média, interactividade que me prende aqui há quase dois anos.
Pronto... Acho que já acabei...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Analysing why I am here, in this blogging space, I conclude that
I came
because of imitation.
If she does it, why don't I do it too? It was because she suggested to that I tried.
And here I am... Almost a year and a half now.
I had a naive start as we always do when we begin something.
Afterwards... and I carry on, always trying, always doing what I saw others doing,
following exemples from here, from there ,
from there , from here
until I came to get linked to all those who are in my favourite link list, which is a TOP one I am very proud of.
Now... Why have I changed my blog?
Because I wanted another epithet that could fit better this set of words, image, media, interactivity which has made me be here for about 2 years.
Ok... I think I've finished...

Sunday, November 13, 2005

Carta


Meu querido Alguém,

Escrevo-te para dizer que...
Escrevo-te para dizer que...
para dizer...
para...
Olha...
Pois...
Acho que te vou vou mandar uma SMS.
Já desaprendi esta coisa de escrever uma carta.
Beijos

Eu
~~~~~~~~~~
My dear Somebody,

I'm writing to tell you...
I'm writing to tell you...
to tell you...
to...
Listen...
Well...
I think I'll send you an SMS instead.
I don't know how to do this "writing-a-letter stuff"anymore.
Love

Me

Saturday, November 12, 2005

A rir...

Poema que não é triste?
Rir
Rir muito
Gargalhar.
Rebentar a rir
Chorar a rir.
Rir por que apetece
Rir que não esmorece.
Chorar a rir
Rir a chorar
Rir para não rebentar
Gargalhar.
Rir muito.
Rir.
Rir para não chorar.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
A Poem that is not sad?
Laugh.
Laugh a lot.
Roar with laughter.
Burst out laughing.
Laugh because you feel like to.
Laugh without stopping.
Cry laughing.
Laugh crying.
Laugh not to burst out.
Roar with laughter.
Laugh a lot.
Laugh.
Laugh not to cry.

Friday, November 11, 2005

S. Martinho.

Bom S. Martinho!
Não são castanhas assadas "comme il faut" mas também são muito boas!
Foram assadas no forno!
Bem quentinhas, a estalar!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Happy St. Martin's!
These chestnuts were not roasted on coal, "comme il faut," but done this way they are also yummy!
They were roasted in the oven!
Really tasty!

Thursday, November 10, 2005

Eu bem que tento...


Temo que em mutios peitos bata uma abstracção de coração!
Vazio. Frio. Empedernido.
Eu bem tento ouvi-lo fremente, pujante, em batida veemente. Pleno de coração, compassadamente distribuindo Afectos, Agrados, Carinhos e Emoções partilhadas.
Contudo...
Não consigo ouvir.
Ou se consigo, é bem fraquinho, quase agonisante.
Será que estou a perder a audição?
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
I'm afraid there is a heart abstraction beating in many chests.
Empty. Cold. Stony.
I try hard to listen to it beating vehemently, strongly. Like a full heart, rhythmically, spreading Affection, Tenderness, shared Emotion.
However...
I can't hear anything.
Or if I do, it's really weak, almos dying.
Does it mean I'm getting deaf?

Wednesday, November 09, 2005

Recordações sofridas

Ir rebuscar em recordações antigas pode ser dolorosamente doloroso.
Há assuntos que se abordam que, por vezes, se tornam em lágrimas amargas de tristezas não curadas que fazem vir à superfície sofrimentos antigos.
Aconteceu comigo na passada Segunda-feira.
Fiz sofrer involuntáriamente quem me escutava ao abordar adolescências de problemas que não procuraram e que reviveram por minha causa.
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It may be painfully painful when you go and look for old memories.
There are subjects we deal with, which get sometimes into bitter tears of unhealed sorrows making old sufferings reappear.
This happened to me last Monday.
I caused involuntary suffering in those who were listening to me when I was talking about adolescence problems they didn't look for and re-experienced on my account.

Tuesday, November 08, 2005

Começando a "palavrejar". :)

Gosto de palavras.
Gosto de as ler.
Gosto de as contextualizar.
Gosto de as recrear.
Gosto de as inventar.
Gosto de as modificar.
Gosto de as usar.
Escritas. Faladas. Bordadas. Desenhadas. Pintadas. Esculpidas. Gravadas.
Digitadas.
Gosto de palavras em prosa e em verso.
Gosto de "palavrejar".
"Poesar" e "prosandar" * ? Porque não??
[Por favor ver os Comentários ao "post" anterior para poder entender estes vocábulos e saber quem os sugeriu! :)]
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I like words
I enjoy reading them.
I enjoy contextualising them.
I enjoy redoing them.
I enjoy making them up.
I enjoy changing them.
I enjoy using them.
Written. Spoken. Embroidered. Drawn. Painted. Sculpted. Carved.
Digitised.
I like words in prose and in verse.
I enjoy "wordising"*.
"Versising" or "Prosising"*? Why not ??
[* I know these words don't exist in English. I made them up in order to get closer equivalents to the Portuguese words
in " ", which were also made up.]

Monday, November 07, 2005

Cá cheguei!

Este novo espaço é um salto no desconhecido
mesmo com experiência acumulada de outras andanças.
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This new space is a jump into the unknown
even with the added experience of previous blogging.

Sunday, November 06, 2005

Em construção


Muito em breve mudar-me-ei para aqui!
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I'll move to this virtual space very soon!

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